sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Proposta Orçamentária - AGO 24 de fevereiro de 2019

Despesas Previstas
Bancárias.....................................................................R$700,00
Ressarcimento voluntários......................................R$18,000,00
Diversas.......................................................................R$800,00
Total........................................................................R$19.500,00

Receitas Previstas
Contribuições..........................................................R$15.600,00
Banco BMG..............................................................R$3.800,00
Total........................................................................R$19.500,00

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Relatório 2018

1] Centro de Psicologia Márcio Moreira
atualmente 18 voluntários atendendo - as mudanças que houve foram em função de trabalho da(o)s voluntária(o)s.
até 04 de novembro, 132 pessoas foram atendidas e 68 atendimentos continuam (15 crianças, sendo 3 de abrigos; 4 adolescentes, sendo 1 de abrigo; 49 adultos - 34 mulheres e 15 homens)
há 79 pessoas na lista de espera
convênios do CPMM: Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, UFMG, agentes penitenciários
todos voluntária(o)s que desejarem contam com supervisão de psicóloga experiente
recesso de 17/12 a 14/01
atendimentos: segundas e quintas, manhã, tarde e noite; sábado, manhã; demais dias, manhã e tarde
novo responsável técnico a partir de 2019: Tiago José, formado pela FEAD, atua no CPMM desde 2013.

2] Projeto Queda da Bastilha
as ações este ano focaram na parceria com a Pastoral Carcerária, no acompanhamento das políticas públicas para o setor e na viagem da Flávia para participar de evento específico (relatório disponível na internet)

3] Projeto Mãos no Barro
continua funcionando, atendendo um  número maior de crianças que no seu início. Está programada a presença delas na igreja ainda este ano

4] Projetos em andamento:
a] Quem tem medo do Bicho Papão - destaque para o encontro sobre racismo na igreja e suicídio entre pastores
b] coluna semanal no boletim da igreja
c] distribuição de cestas básicas

5] Projetos não realizados
a] vídeos de divulgação do serviço assistencial
b] projeto Xô Crise

6] Situação financeira
Saldo operacional até outubro/18:
entradas       R$19.049,10
saídas          R$21.939,96
total            (R$2890,86,00)
Orçamento 2019:
entradas      R$19.400,00
saídas         R$19.500,00
total          (R$100,00)
Saldo de caixa projetado 2018: R$9045,00

7] Diretoria eleita 2019-20
presidente             Eduardo Ribeiro Mundim
vice-presidente      Willian Carvalho Nepomuceno
secretária             Efigênia da Consolação Pacheco
tesoureiro             José da Silva Neto
conselho fiscal       Irfeo Vieira de Camargo
                                Lucas Henrique Silva Morandi
                          Jorge Eduardo Diniz

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Meu ódio será a tua herança

    Título curioso para um texto no boletim de uma comunidade cristã, evangélica, reformada… É o título de um filme de faroeste de 1.969 que assisti em algum momento da minha adolescência. Curiosamente, o título não foi esquecido, mas a história sim.

    E o título me veio à cabeça ao ler o texto do Paul e Raphael Freston na última edição da Ultimato, “a ética do ódio, as fake news e a idoneidade cristã”.  Logo no início, os autores compartilham o desconforto que foi ouvir de uma pessoa cristã, líder, que tinha (isto é, exercitava, cultivava, como parte de sua vida) ódio - no caso, do ex-presidente Lula. Na verdade, não importa o objeto do ódio - Lula, Bolsonaro, Marina da Silva, o vizinho, o tomador de conta. Conta o fato do ódio como parte integrante da vida, como motor do ponto de vista, como base no relacionamento.

    Posso atirar a primeira pedra em tal irmã? Posso afirmar que nunca pensei ou disse algo semelhante? Certamente a resposta é não para essas perguntas.

    Posso então, por uma questão de coerência pessoal, permitir que cresça em mim o sentimento, a ideação, a fantasia do ódio por um desafeto, por um personagem político, por alguém? Certamente não.

    Reconhecer que o pecado do outro é compartilhado por mim não me exime de denunciá-lo em mim e no outro; não me exime de confessá-lo e de admoestar o outro.

    Uma frase famosa entre os crentes é “amo você mas odeio o pecado que habita em seu interior”. Dito curioso, com uma aparência de piedade, assim como as sugestões satânicas são: simulacros de piedade, de virtude, de obediência às Escrituras. Estas têm uma preocupação especial em contrabalançar as emoções mais pessoais e verdadeiras com o imperativo ético de agir para com o próximo de igual modo ao que Deus age conosco.

    Odiar é fácil, assim como destruir. Castelos de areia levam tempos para serem construídos, mas uma única onda os põe abaixo. Relacionamentos, reputações, articulações, ações sociais, ensino, espiritualidade sadia… Facilmente destruídas, arduamente construídas. Construir dá trabalho, investir em relacionamentos saudáveis custa nosso amor próprio, criar uma boa reputação consome tempo, ter ações sociais compromete disponibilidade e sobra financeira, investir na espiritualidade saudável causa dor e arrependimento pelos pecados.

    Há uma semana foi discutida a relação entre fé cristã e desesperança política (assista o vídeo). Esta é fruto também do ódio dirigido ao nada. O ódio, mesmo que nascido de situação supostamente justa, nunca constrói. O que constrói é a esperança, é o sonho, é a certeza de estar esperando contra a esperança, é a convicção de se agir corretamente para que os frutos sejam reais em duzentos anos e não no nosso tempo.

    Nosso Senhor não nos ordenou a deixar ódio pelo mal como herança para as gerações futuras. Mandou que construíssemos, mesmo com perda pessoal. Estabeleceu que nosso legado seja de serviço desinteressado, mesmo que àquele que, aos nossos olhos, nada mereça. O amor dEle é nossa herança, nosso destino, nosso sonho, nosso motor, a base dos nossos relacionamentos. Não o ódio.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Desilução política e fé cristã - um relato de um encontro

No dia 30 de junho ocorreu mais um evento do projeto “quem tem medo de bicho-papão”. O tema da vez foi “desilusão política e fé cristã”. O evento foi coordenado pelo Felipe Cavalcante da Costa, e o convidado foi o pastor batista José Barbosa Jr. Abaixo, seguem anotações tomadas durante o evento, que contou com a presença de 17 pessoas. Aguardamos em breve o vídeo que trará a discussão na íntegra.



Segundo Ruben Alves, o político é um jardineiro, já que Deus criou um jardim, e não uma cidade.  E o jardineiro em a possibilidade de transformar o sonho de um jardim em um jardim de verdade. O jardineiro vocacionado trabalha por amor; o profissional, pelo dinheiro. E para que a sociedade seja um verdadeiro jardim,  o político deve ser o vocacionado, e não o profissional - porque este é um gigolô, movido pelo dinheiro que lhe chega às custas do outro. A luta hoje é entre o amante e o gigolô, entre o político vocacionado e o profissional. E os vocacionados muitas vezes se escondem, com temor de serem vistos como profissionais. E no Brasil há muito jardim privado, e pouco público…Há muito jardineiro que pode se doar para a comunidade.
Evangelho e política estão entrelaçados. O termo evangelho, “boa nova”, era aplicado aos pronunciamentos do imperador. O evangelho anuncia um Reino (termo político), um Senhor (termo político).
E, sociologicamente, o homem é político e religioso, mesmo que alguém negue essas faces inseparáveis.
O descrédito com a política é um projeto de poder. E reencantar com a política é um projeto de poder de oposição ao primeiro.
O descrédito também passa pelo fato das pessoas terem coragem, hoje, de assumirem posturas que antes eram vergonhosas: machismo, racismo, homofobia…
O evangelho traz esperança à medida que proclama a dignidade de todas as pessoas. Quando Jesus expulsa o demônio para uma manada de porcos, que se atira ao mar, Ele faz uma denúncia política. O demônio se chamava “legião” (termo aplicado à divisão maior do exército romano), é enviado a animais impuros (remetendo à religião). E no sermão escatológico quando Ele fala sobre o julgamento final, é um julgamento das nações, e não das pessoas - é um julgamento sobre decisões políticas das nações onde Jesus Se coloca como o oprimido, faminto, pobre, doente.
O livro do Apocalipse, se estudado corretamente, é um antídoto contra o desânimo.
Pode a igreja evangélica influir nas eleições deste ano? Teoricamente, 28% da população pode eleger o presidente, ou metade do congresso. O que é o projeto de poder da assim chamada “bancada evangélica”.
Demoniza-se as religiões de matriz africana, o que é resquício da escravidão. É hipocrisia encher a bilheteria de filme do Thor (deus pagão da mitologia nórdica, branco, de olhos azuis), mas não se pode comprar um boneco de Ogum ou Xangô (deuses da mitologia africana, negros, de cabelos crespos).
Muitas vezes os políticos chegam com respostas prontas para perguntas que não foram feitas. Assim como a igreja...Jesus interage com as pessoas e Suas ações são consequência desse diálogo, onde Ele serve, e não é servido.
A cultura do ódio dá dinheiro, mas o Evangelho de amor não!
O poder não corrompe, apenas demonstra quem é corrupto. Prestar contas, cercar-se de pessoas críticas, ser humilde no trabalho é um fator de proteção para o vocacionado (o amante, aquele que ama) não se tornar o profissional (o gigolô, aquele que se aproveita do outro)..
As falhas do jardim, do seu projeto, devem ser sempre denunciadas, em prol da transparência e dignidade.
Quando há crimes de ódio (feminicídio, assassinato de homossexuais) e a igreja se cala, não é uma postura política?
O pastor tem o público que todo político sonha: pessoas que estão dispostas a acreditar nele, e pior, acreditar que Deus é que fala. E o clérigo está em uma estrutura de poder que não é questionada.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Desilusão política e fé cristã

Felipe Cavalcante da Costa
 
O primeiro grupo de manifestantes que se reuniu pedindo por eleições presidenciais diretas no Brasil, o fez em 31 de março de 1983, na cidade de Abreu de Lima, Pernambuco. Este grupo originou o movimento “Diretas Já”. Não eram mais do que cem pessoas, pois havia entre a população o temor de que pudesse haver retaliações dos militares. Contudo, o movimento cresceu e se espalhou por todo o Brasil reunindo lideranças sindicais, civis, artísticas, estudantis e jornalísticas.
Em janeiro de 1985 foi eleito indiretamente o primeiro presidente pós-Regime Militar, Tancredo Neves. Infelizmente, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo. Sarney assumiu o cargo deixado por ele. Seu governo foi marcado pela hiperinflação e instabilidade da moeda. Foi durante seu governo que a Assembleia Constituinte promulgou a Constituição Brasileira de 1988, prevendo eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos e a independência dos três poderes.
No final da década de 90, os brasileiros, enfim, foram às urnas para escolher o primeiro presidente pelo voto direto após o Regime Militar. Entre os brasileiros havia a esperança de democraticamente escolher seu presidente. No entanto, o presidente Collor sofreu processo de impedimento por corrupção ativa junto a seu tesoureiro. Os governos que sucederam Collor, a maioria antigos líderes do movimento “Diretas Já”, não conseguiram cumprir as expectativas da sociedade brasileira de fazer as devidas reformas tão necessárias para o desenvolvimento do país. Alguns governantes venderam estatais, outros foram acusados de corrupção passiva e ativa. Em 2016, mais um presidente, a primeira mulher a assumir o cargo, foi também impedida.
A classe política caiu em completo descrédito. A organização GfK Verein mediu a reputação de diferentes profissões no mundo em 27 países e envolvendo 30 mil pesquisas. A constatação foi que apenas 6% dos brasileiros indicaram confiar nos políticos. “O que fazer com meu voto?”, se perguntam inúmeros brasileiros em mais um ano eleitoral onde pairam dúvidas sobre candidatos novos e outros já conhecidos da população.
O que isso tem a ver com a fé cristã? O que a fé cristã tem a nos dizer nesse momento de grande desesperança política? Este é o tema do debate em 30/06/18, às 16 horas.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

CARTA ABERTA DO SERVIÇO ASSISTENCIAL DORCAS ÀS IGREJAS E Á SOCIEDADE EM GERAL - SOBRE O SUICÍDIO





O Serviço Assistencial Dorcas, entidade cristã de caráter humanitário, sediada em Belo Horizonte (MG), composto por profissionais de diversas áreas, após ter patrocinado em duas ocasiões debate sobre o suicídio, compartilha com as igrejas cristãs e as suas lideranças as seguintes preocupações:



1. o suicídio é um fenômeno social, não há como ignorá-lo. A Organização Mundial da Saúde estima em 800.000 mortes anuais por esta razão, sendo a 15ª causa de óbito para a população em geral. E quando se restringe o olhar para a faixa etária entre 15 e 29 anos, torna-se a segunda causa de morte. Como é um evento provavelmente subnotificado (nem todos são contabilizados, por serem ocultados em função do preconceito e vergonha) o número de pessoas atingidas deve ser maior.



2. os dados do ministério da saúde mostram que o suicídio, ou sua tentativa, não está limitado a um gênero específico (homens e mulheres são afetados), ou a uma idade determinada, ou a uma profissão específica.



3. não há nenhuma característica que, genericamente, confira proteção absoluta a uma pessoa, e pensar em autoextermínio ao menos uma vez na vida ocorre com um grande número de pessoas.



4. nas igrejas cristãs, principalmente as evangélicas, não é incomum o preconceito, o estigma contra a pessoa que tenta ou que consegue se matar. A experiência compartilhada dos membros do Serviço Assistencial Dorcas é que essas pessoas são vistas não como seres humanos normais, mas pecadoras de uma forma tão especial que são postas fora do alcance do cuidado Divino (que se materializa e se torna real através da ação de Suas filhas e filhos adotivos).



5. esta carta é para chamar a todos os cristãos, e, por que não, a todos os que professam qualquer religiosidade (seja deísta, ateísta, materialista, etc.) a:
a) estudar e se informar sobre o suicídio de modo aberto, não preconceituoso;
b) perceber que qualquer pessoa, em determinado momento de sua existência, na dependência de fatores de pressão dos quais não consegue se livrar, pode ser levada a este ato;
c) ter um olhar de misericórdia e não de condenação a estas pessoas.



6. aos cristãos em especial propomos, tendo as Sagradas Escrituras abertas frente aos nossos corações, avaliar:
a) os preconceitos que temos sobre este assunto
b) as posições teológicas aceitas como verídicas sem uma análise aprofundada
c) se não pecamos:
c.1) na nossa forma de organização como igreja
c.2) no nosso modo de nos relacionarmos uns com os outros
c.3) na preocupação excessiva com o comportamento correto do próximo no lugar da preocupação adequada e amorosa para com as dificuldades e fraquezas mútuas;
c.4) contra nossos líderes e nossos pastores
- ao idealizá-los, fazendo-os ídolos de perfeição no lugar de pessoas pecadoras e redimidas que também estão em busca permanente de santificação
- ao sobrecarregá-los de tarefas e trabalhos que outros podem assumir;
- ao não respeitar seus dias semanais de descanso e seus períodos de férias regulares;
- ao não lhes proporcionar apoio psicoterápico especializado quando necessário
- ao não lhes proporcionar ombro amigo e discreto através de um ambiente de comunhão confiante onde eles possam ser eles mesmos e se exporem sem receio de críticas ou de perda de emprego ou status.



7. O Serviço Assistencial Dorcas, com o intuito de buscar uma melhor saúde coletiva, entende ser imprescindível:
a) a criação de espaços de discussão sobre o tema, a fim de quebrar mitos e reforçar verdades deste fenômeno tão presente na atualidade.
b) compreender as atitudes a serem tomadas ao encontrar pessoas nessa situação de risco
c) ao detectar risco de suicídio garantir o suporte pastoral e profissional (psicólogos e psiquiatras) - este último através da Rede de Atenção do Sistema Único de Saúde.
d) garantir suporte à família de pessoas que tentaram e/ou consumaram o autoextermínio, com o intuito de aliviar o sofrimento, que pode perdurar por anos se não tratado adequadamente



Belo Horizonte, 10 de junho de 2.018