quarta-feira, 27 de junho de 2018

Desilusão política e fé cristã

Felipe Cavalcante da Costa
 
O primeiro grupo de manifestantes que se reuniu pedindo por eleições presidenciais diretas no Brasil, o fez em 31 de março de 1983, na cidade de Abreu de Lima, Pernambuco. Este grupo originou o movimento “Diretas Já”. Não eram mais do que cem pessoas, pois havia entre a população o temor de que pudesse haver retaliações dos militares. Contudo, o movimento cresceu e se espalhou por todo o Brasil reunindo lideranças sindicais, civis, artísticas, estudantis e jornalísticas.
Em janeiro de 1985 foi eleito indiretamente o primeiro presidente pós-Regime Militar, Tancredo Neves. Infelizmente, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo. Sarney assumiu o cargo deixado por ele. Seu governo foi marcado pela hiperinflação e instabilidade da moeda. Foi durante seu governo que a Assembleia Constituinte promulgou a Constituição Brasileira de 1988, prevendo eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos e a independência dos três poderes.
No final da década de 90, os brasileiros, enfim, foram às urnas para escolher o primeiro presidente pelo voto direto após o Regime Militar. Entre os brasileiros havia a esperança de democraticamente escolher seu presidente. No entanto, o presidente Collor sofreu processo de impedimento por corrupção ativa junto a seu tesoureiro. Os governos que sucederam Collor, a maioria antigos líderes do movimento “Diretas Já”, não conseguiram cumprir as expectativas da sociedade brasileira de fazer as devidas reformas tão necessárias para o desenvolvimento do país. Alguns governantes venderam estatais, outros foram acusados de corrupção passiva e ativa. Em 2016, mais um presidente, a primeira mulher a assumir o cargo, foi também impedida.
A classe política caiu em completo descrédito. A organização GfK Verein mediu a reputação de diferentes profissões no mundo em 27 países e envolvendo 30 mil pesquisas. A constatação foi que apenas 6% dos brasileiros indicaram confiar nos políticos. “O que fazer com meu voto?”, se perguntam inúmeros brasileiros em mais um ano eleitoral onde pairam dúvidas sobre candidatos novos e outros já conhecidos da população.
O que isso tem a ver com a fé cristã? O que a fé cristã tem a nos dizer nesse momento de grande desesperança política? Este é o tema do debate em 30/06/18, às 16 horas.

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