segunda-feira, 25 de maio de 2015

A Pobreza não é sempre igual

A cidade de Xanxerê, no Paraná, foi devastada por um tornado no último dia 20. Duas mil e seiscentas pessoas ficaram sem casas, cento e vinte ficaram feridas (destas, três sofreram amputação) e dois homens morreram - a cidade tem 47 mil habitantes (informações do jornal Folha de São Paulo).

A atual crise financeira tem fechado diversos negócios, principalmente os pequenos, deixando centenas de pessoas sem condições financeiras para seu sustento.

Aparentemente os dois grupos acima necessitam dos mesmos bens materiais e os mesmos recursos. Mas uma análise mais fria verifica que as necessidades são bem diferentes, e o auxílio necessário também. Perceber as diferenças é um passo importante para não machucar aquele que buscamos auxiliar durante nosso
socorro. Um dos maiores erros que as grandes igrejas cometem é não discernir qual atuação é a necessária.

O que determinada situação pede: alívio, reabilitação ou desenvolvimento?

Alívio: é o fornecimento de recursos para uma situação emergencial, que é urgente e temporária. Seu objetivo é reduzir o sofrimento imediato resultante de uma catástrofe ambiental ou humanamente produzida. O ponto chave da situação de alívio é que o necessitado não tem condições ele mesmo de resolver a situação emergencial e imediata.

Reabilitação: no caso de Xanxerê, é a etapa seguinte à do alívio. Seu objetivo é retomar a situação pré-crise, principalmente em seus aspectos positivos. É um trabalho dinâmico com as vítimas.

Desenvolvimento: a terceira etapa, que envolve ajudadores e ajudados. Diferente da reabilitação, onde o ajudado recebe, na fase do desenvolvimento ambos estão em busca, conjuntamente, em suporte mútuo, de reconstruir o relacionamento com Deus, com o próximo, com a criação e com eles mesmos. É a etapa que nos lembra o conceito amplo de pobreza com o qual temos trabalhado nas últimas semanas. As duas primeira buscam o alívio econômico e a restauração das condições de sobrevivência prévias; a última reconhece que somente o aspecto econômico e as relações sociais não são suficientes para a erradicação da pobreza e para a plena realização do ser humano.


do livro "When helping hurts", cap 4.

Nenhum comentário:

Postar um comentário