No artigo anterior vimos que os pobres veem pobreza de uma forma diferente
daqueles que não são pobres. Mas isto faz alguma diferença? O conceito é
tão importante assim?
Vamos ilustrar com uma outra
situação. O que o médico deve tratar: o sintoma ou a doença? Tratar a
febre apenas traz conforto momentâneo, mas a pessoa pode morrer da
pneumonia; e. ao tratar a pneumonia, a febre também será tratada, e não
haverá óbito.
Mas e se o médico errar na escolha
do
antibiótico? Talvez a cura se atrase, ou, em uma situação mais grave, a
pessoa não tenha tempo de se recuperar com um outro antibiótico e venha
a falecer, porque o profissional errou no diagnóstico e prescreveu de
forma inadequada.
Quando se fala de auxiliar o pobre
(lembram-se dos textos anteriores que descreveram as várias formas de se
agir socialmente? o ensino, a assistência e a transformação da
sociedade...) vários diagnósticos são possíveis, e as medidas tomadas
serão de acordo com o diagnóstico realizado.
diagnóstico
tratamento
falta de conhecimento
ensino
opressão social
luta pela justiça social
pecados individuais
evangelização e discipulado
falta de recursos materiais fornecer os recursos necessários
Mas
e as causas primeiras de cada um destes diagnósticos? serão sempre as
mesmas para todos os pobres? serão diferentes conforme cada caso?
Um
diagnóstico correto e abrangente é essencial para que não haja pobre
ferido no processo de ajuda...e nem ajudador ferido no mesmo processo...
[adaptado
do livro "When helping hurts", capítulo 2)
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