Na descrição do juízo final que Jesus faz no Evangelho de Mateus,
é afirmado que sempre que visitamos algum preso, foi a Ele que
visitamos; e sempre que não visitamos, foi a Ele que não visitamos.
Habitualmente lemos este trecho como parábola, não como mandamento
literal. E é uma leitura prudente.
Mas devemos prestar atenção se certos preconceitos escondidos
dentro do nosso coração não fazem com que não leiamos as palavras
do nosso Senhor de outro modo e o Seu mandamento deixa de ter valor
para nós por esta razão.
Quais preconceitos?
- as pessoas condenadas merecem a pena a que foram sujeitas – e às
vezes julgamos a punição branda demais. Dentro deste modo de
pensar, nós resumimos estas pessoas a apenas um aspecto: são
criminosas e nada mais.
- cadeia é lugar de bandido e lá não deve ter luxo. Quando
pensamos assim estamos concordando, então, com os navios negreiros
que trouxeram milhões de pessoas sequestradas em um espaço menor
que 1 m² por pessoa, durante semanas, no mar? Por que os traficantes
de escravos nos revoltam, mas a imagem de pessoas amontoadas em celas
em condições sub-humanas não?
O fato de alguém ser condenada à pena de prisão (e quem não corre
este risco? Quem não pode, em um momento infeliz, cometer um crime
passível de aprisionamento?) retira dele(a) os direitos humanos
elementares? O único retirado é o da liberdade. E o da dignidade?
Do resgate? Da livre escolha?
Nossos presídios nos desafiam porque expõe a nós mesmos o quanto
ainda temos que ser santificados e transformados. E o quanto
resistimos a isto...”Ah Senhor, qualquer um, menos eu”.
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