domingo, 10 de abril de 2016

Presídios: espinho da carne dos cristãos



Na descrição do juízo final que Jesus faz no Evangelho de Mateus, é afirmado que sempre que visitamos algum preso, foi a Ele que visitamos; e sempre que não visitamos, foi a Ele que não visitamos.

Habitualmente lemos este trecho como parábola, não como mandamento literal. E é uma leitura prudente.

Mas devemos prestar atenção se certos preconceitos escondidos dentro do nosso coração não fazem com que não leiamos as palavras do nosso Senhor de outro modo e o Seu mandamento deixa de ter valor para nós por esta razão.

Quais preconceitos?

- as pessoas condenadas merecem a pena a que foram sujeitas – e às vezes julgamos a punição branda demais. Dentro deste modo de pensar, nós resumimos estas pessoas a apenas um aspecto: são criminosas e nada mais.

- cadeia é lugar de bandido e lá não deve ter luxo. Quando pensamos assim estamos concordando, então, com os navios negreiros que trouxeram milhões de pessoas sequestradas em um espaço menor que 1 m² por pessoa, durante semanas, no mar? Por que os traficantes de escravos nos revoltam, mas a imagem de pessoas amontoadas em celas em condições sub-humanas não?

O fato de alguém ser condenada à pena de prisão (e quem não corre este risco? Quem não pode, em um momento infeliz, cometer um crime passível de aprisionamento?) retira dele(a) os direitos humanos elementares? O único retirado é o da liberdade. E o da dignidade? Do resgate? Da livre escolha?

Nossos presídios nos desafiam porque expõe a nós mesmos o quanto ainda temos que ser santificados e transformados. E o quanto resistimos a isto...”Ah Senhor, qualquer um, menos eu”.

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